SINOPSE
SINOPSE
O texto narra desde o nascimento de Mariana, em 1640, ano em que inicia a Guerra de Restauração, em que Portugal intenta a retomada de seu governo contra a Espanha. Aos onze anos de idade, Mariana é levada pelo pai, Francisco da Costa Alcoforado, ao Mosteiro de Beja, onde foi lavrada a escritura de dote de trezentos mil réis, para que sua filha se tornasse freira de véu preto no Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição. Ali, passaria todos os dias de sua vida até que a morte a tomasse, sem que nunca, em jamais ocasião, transpassasse aqueles muros.
A história não tardou a transformar-se. Aos vinte e seis anos, em plena juventude, Mariana, aos pés da janela de Mértula, local de onde se avistavam as fronteiras da cidade, vê chegar ao reino de Portugal o capitão de cavalaria, Conde de Chamilly, militar francês, incluído pelo General Shoemberg, na frente de batalha contra os espanhóis. Dali se fez paixão, e abriu-se ainda em tempo, as visitas do capitão à casa que Mariana mantinha dentro do mosteiro. Foram alguns meses de entrega à ardente paixão vivida por Mariana. As visitas foram tantas, que logo foram notadas e percebidas por toda a cidade.
Chamilly, ao ser descoberto, embarca no primeiro navio, com a desculpa de ter um irmão ferido em combate, deixando em Mariana a esperança de sua volta. Mariana escreve cartas de desatino, dor, sofrimento, saudade, paixão e por fim, arrependimento, ao perceber que tal retorno jamais aconteceria.
Mariana revolta-se, enlouquece, adoece, mortifica-se e conforma-se. Em apenas cinco cartas, Mariana expressa paixão, loucura, desejos de amor e vingança.
Em menos de nove meses, suas cartas íntimas são levadas à público. Não em Portugal, mas em Paris, na França, onde os jogos “Valentines” - Jogos de Salon - são praticados (jogos de perguntas e respostas sobre amor, sexo, traição, venturas e desventuras entre amantes lícitos e ilícitos).
Dizem ter sido vendidas ao livreiro da cidade pelo próprio Cahmilly. Certo é que, ao serem publicadas, geraram tal furor entre as leitoras que não surpreendera a quantidade de “textos pirateados” dando conta da paixão da freira portuguesa pelo militar francês que até então eram desconhecidos e que por duzentos anos permaneceram anônimas. Um “Best Seller” tomara Paris; a procura pelas CARTAS PORTUGUESAS era constante.
Mariana Alcoforado soube da publicação de suas cartas; de como tornara-se objeto de ficção ao mesmo tempo em que sua família se revoltava contra o destino de uma de suas filhas. A vergonha, o arrependimento e o rancor, quase a levaram à morte. Mariana viveu sua dor; Mariana viveu sua morte. Enclausurada, aprisionada, mortificada, Mariana viveu até os 83 anos, morrendo em 28 de julho de 1723.
Mariana morre sem a ciência de que sua paixão e sua escrita seriam eternizadas. Tanto seu nome quanto sua existência ultrapassaram os muros e os séculos.
Hoje, e para sempre, Mariana Alcoforado será vivida e revivida através de sua pena, de suas letras, de suas linhas, de suas CARTAS.
O ESPETÁCULO
O espetáculo tem como base o livro de Manuel Ribeiro “VIDA E MORTE DE MADRE MARIANA ALCOFORADO”, da Editora Portuguesa Sá da Costa/ Lisboa, “tributo do autor às comemorações nacionais do III Centenário da Restauração da Pátria e do Nascimento de Madre Mariana Alcoforado, gloriosa filha de Beja, grande coração que levou a todo Mundo o nome de Portugal e fundiu no bronze das suas CARTAS memória eterna do sentimento português”.
(1640-1940; Manuel Ribeiro)
Este espetáculo foi selecionado em Chamada Pública para Teatro em Espaços Alternativos da Prefeitura de Niterói, através da Secretaria das Culturas e Fundação de Artes de Niterói - Rio de Janeiro - Brasil. Teve sua primeira estreia em outubro de 2018, na Sala Pirandello da Scuola Di Cultura. Em 2019, foi convidado á temporada no Solar do Jambeiro, casarão do Século XIX, também em Niterói, onde cumpriu temporada, e foi selecionado no Festival de Teatro Midrash - no bairro do Leblon, na cidade do Rio de Janeiro. Em 2022, é selecionado no Edital Fomentão, da Prefeitura de NIterói, Secretaria das Culturas e Fundação de Artes de Niterói e apresenta-se no Auditório Macunaíma da Universidade Federal Fluminense, no Campus Gragoatá.