JUSTIFICATIVA
JUSTIFICATIVA
Trazer à tona e oferecer o que por direito lhe detém, como a autoria de sua própria obra é, no mínimo, dar dignidade e conceder propriedade à mulher, que mesmo tendo vivido, por força das circunstâncias, uma vida de clausura, transcendeu seu espaço e tempo através da expressão de sua paixão, por meio de pequenas letras, que tornaram, não só seu nome e sobrenome eternos, mas ultrapassou os paradigmas da competência literária até então proibida para o mundo feminino.
Realizar um espetáculo teatral que tem como protagonista a autora de tal obra, peça de estudos infinitos, como estrutura da formação do pensamento da mulher, dos costumes e da história do século XVII, é possibilitar a anacrônica e sincrônica história do gênero feminino e suas complexidades.
A história se faz com atenção ao passado, com sujeição do presente e com aspiração sobre o futuro. Certeza é que, se não atentarmos para os motivos e causas antes permissíveis, jamais teremos causa e motivo para transpormos os muros da clausura sobre a identidade da alma feminina e suas potencialidades.
É necessário rever, ver e imaginar, como sonho, uma nova e feliz realidade, para que as mulheres tenham, também, uma por uma, a esperança da eternidade. A obra feminina é raiz, suporte e geradora de poder. Traz em si, a habilidade, a genialidade e a sensibilidade de verter palavras, cenas e emoções tão imensas e profundas que não se poderia dizer, em qualquer época ou lugar, serem advindas senão de uma mulher.
Assim, são as CARTAS PORTUGUESAS – Assim foi e é Mariana Alcoforado. Exemplo de capacidade.
Lúcia Cerrone, Luciene Zied e Eleusa Mancini justificam este projeto embasadas na necessidade primordial do fazer feminino, em seu lugar de fala e expressão, no palco da história que se faz no presente para a projeção futura.
Que as LETRAS PORTUGUESAS e a paixão feminina tenham crédito e diploma!